#cacauandmushrooms – Por aqui já falamos um pouco sobre cada um dos cogumelos que trabalhamos e seus inúmeros benefícios, certo? O poderoso cacau, fonte de inspiração, jamais poderia ficar de fora dessa, a final, ele também carrega consigo inúmeros benefícios para a saúde e é através das nossas barras de chocolate ‘bean to bar’ que vocês conseguem se aprofundar (especialmente através das pupilas gustativas) e mergulhar no fantástico mundo dos cogumelos funcionais. E como acreditamos que é essencial ter pleno conhecimento dos benefícios que estamos colocando para dentro do nosso corpo, nada mais justo do que apresentarmos os poderes do cacau por aqui!
O cacau possui uma longa e rica história ligada às suas propriedades curativas que só hoje, a ciência está nos permite redescobrir. A milênios, culturas fascinantes (astecas, maias entre outros) já celebravam e valorizavam esse poderoso potencial.
O cacau nada mais é do que a semente, seca e completamente fermentada do fruto que provém da arvore Theobrama cacao. Essa árvore é nativa das regiões tropicais da América Central e da América do Sul. Tal iguaria tem um histórico de cultivo que remonta os tempos pré-históricos e sua produção se disseminou pelos climas tropicais ao longo dos últimos 300 anos. Vale ressaltar que o consumo humano de cacau é registrado pelo menos desde o ano 460 d.C.! Neste artigo, vamos explorar tanto as origens quanto os benefícios para a saúde desta planta, em todas as suas variantes – seja como cacau, cacau em pó ou o famoso chocolate.
HISTÓRIA
A palavra ‘cacau’ deriva do termo maia ‘Ka’kau’’, enquanto o ‘chocolate’ provém do verbo maia ‘Chocol’ha’, que significa ‘beber chocolate em conjunto’.
De acordo com a mitologia maia, os deuses encontraram o Ka’kau’ em uma montanha e segundo a lenda, foi o deus Hunahpú quem concedeu o cacau à civilização maia após os humanos terem sido criados a partir do milho pela deusa avó divina, Lxmucané. O cacau era considerado ‘o alimento dos deuses’, e em sua horna eram realizados festivais dedicados a Ek Chauj, o deus patrono do cacau.
Em contraste com os sabores doces e ricos dos chocolates quentes que conhecemos hoje em dia, o cacau original era uma servido em recipientes de barro como uma bebida quente e amarga, especialmente destinada à realeza e às elites em cerimônias especiais.
As amêndoas do cacau eram usadas como moeda na Mesoamérica, sendo trocadas por mercadorias e até mesmo para pagar os impostos. Elas também eram utilizadas para fins medicinais no tratamento de diversas enfermidades como a febre, dores torácicas, erupções cutâneas, fadiga e disenteria, além de servir como um veículo para administrar medicamentos de sabor amargo. Entre os séculos 16 e 20, foram documentados bem mais de 100 usos para o cacau ou chocolate como tratamento médico. Em 1502, Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a encontrar o cacau. Ele capturou uma canoa contendo grãos de cacau e achou que elas pareciam com ‘amêndoas de aparência misteriosa’. Como resultado de sua descoberta, o cacau foi disseminado para a Europa em meados do século 16.
Hoje em dia, 70% do cacau é cultivado na África Ocidental. No entanto, países como Brasil, Peru, Venezuela e muitos outros na América Central e no Caribe também produzem o grão. Essa semente mostrou possuir diversos efeitos benéficos para a nossa saúde devido à sua ampla gama de minerais, incluindo potássio, fósforo, cobre, ferro, zinco e magnésio, que têm mostrado contribuir para a saúde cardiovascular. A seguir, vamos explicar os benefícios que a planta do chocolate oferece e como o cacau pode melhorar o seu dia e trazer equilíbrio para as suas noites.
O PODER DOS FLAVONOIDES
O cacau é rico em flavonoides; especificamente flavonóis com proteínas salivares, que são responsáveis pelo sabor amargo do cacau. Os flavonoides são componentes indispensáveis em diversas aplicações nutracêuticas, farmacêuticas, medicinais e cosméticas. (1)
CACAU VS. CAFEÍNA
O principal alcaloide encontrado no cacau que confere seu sabor amargo é a teobromina. Sua ação é suave, de ação lenta, com efeitos duradouros e sem propriedades viciantes. Por outro lado, a cafeína, embora tenha uma estrutura química semelhante, apresenta efeitos consideravelmente diferentes: é potente, de rápida ação e curta duração e pode ser viciante. Curiosamente, estudos apontam que a teobromina pode estimular a produção do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, na sigla em inglês), (2) que desempenha um papel vital no aprendizado, nas emoções e na memória. O BDNF fomenta o crescimento e a reparação neuronal no hipocampo, uma região cerebral fundamental para a aprendizagem e a memória.
Diferentemente da cafeína, a teobromina não atua como um estimulante direto do sistema nervoso central. Por isso, ela não causa aquele sentimento de ansiedade ou agitação frequentemente associado à cafeína. Em vez disso, age primariamente sobre o sistema cardiovascular, promovendo uma melhor função cardíaca e aumento do fluxo sanguíneo. Por isso, a energia proporcionada pela teobromina pode ser mais comparada à sensação de descanso após uma boa noite de sono do que ao rápido pico de energia que se obtém com o café.
A VERDADEIRA POÇÃO DO AMOR
O cacau é responsável pela liberação de anandamida, também apelidada de ‘a molécula da felicidade’. Esta molécula, é um neurotransmissor que se conecta aos receptores canabinoides em nosso cérebro e corpo, disparando sensações de alegria e bem-estar psicológico. Ao nos tornar mais alertas, essa molécula do prazer contribui para uma sensação elevada de contentamento. Ela ainda ativa a liberação de dopamina e endorfina, efeitos induzidos pela feniletilamina (PEA). Essa molécula é um composto orgânico diretamente relacionado ao sentimento de amor apaixonado e que potencializa tanto o nosso humor quanto a função cerebral. A PEA tem o poder de intensificar emoções de euforia e pode até criar a sensação de que o tempo está passando mais lentamente.
Já a feniletilamina, também presente no cacau, é um neurotransmissor frequentemente descrito como o ‘hormônio do amor’. Isso talvez explique o motivo pelo qual o chocolate seja considerado um alimento afrodisíaco. Em contextos históricos, os astecas já utilizavam o cacau com essa finalidade. Como ilustração desse uso ancestral, o imperador Moctezuma (c. 1466-1520), por exemplo, consumia grandes quantidades deste alimento antes de se encontrar com suas várias com companheiras.
Vale mencionar também que a feniletilamina atua imitando os efeitos cerebrais que ocorrem quando uma pessoa está apaixonada e quando os níveis deste composto estão elevados no nosso organismo, ele pode atenuar a tristeza gerada por amores não correspondidos. Quem sabe não seja esse o motivo pelo qual tantas pessoas recorrem a uma caixa de chocolates para se sentirem melhor depois de um coração partido!
CACAU E A FELICIDADE
Um estudo realizado pela Universidade College London (UCL) em 2019 apontou uma correlação positiva entre o consumo de chocolate amargo e o aumento dos sentimentos de felicidade. (3) O estudo avaliou o relacionamento entre o consumo de chocolate e os sintomas de depressão em um grupo de 13.626 adultos nos Estados Unidos. Descobriu-se que indivíduos que haviam consumido chocolate amargo nas últimas 24 horas eram 70% menos propensos a relatar sentimentos de tristeza.
Enfatizando os fatos que abordamos acima, a feniletilamina (PEA), (4) também conhecida como o ‘composto químico do amor’, tem se mostrado eficaz em aliviar sintomas de ansiedade e em promover uma sensação de tranquilidade, especialmente em momentos de estresse ou pressa.
TRIPTOFANO
O cacau inclui em sua composição um composto conhecido como triptofano (5). Este composto é reconhecido por suas propriedades antidepressivas naturais, atuando no estímulo à produção de melatonina e serotonina. O triptofano é fundamental na regulação do ciclo sono-vigília, e já estamos cansados de saber que quanto mais bem descansados estamos, mais felizes e dispostos nos sentimos.
TMC E O BEAN TO BAR
O TMC tem como missão elevar a qualidade da sua experiência com o #cacauandmushrooms. Procuramos entregar para vocês um produto delicioso e sustentável, visando ser o mais saudável possível. Por isso, nada mais justo do que integrar esses cogumelos funcionais com o método bean to bar (do grão à barra) de fazer chocolate.
Se você está se questionando o que é o bean to bar, o TMC te explica!
Bean to bar são chocolates artesanais, fabricados a partir das mais qualificadas amêndoas do cacau brasileiro (nibs), em uma produção mais natural e verdadeira, que aproveita melhor as propriedades desse insumo!
Fora os cogumelos que incluímos nas nossas barras de chocolate, o método bean to bar nos diferencia dos demais chocolates industrializados, que são produzidos em sua maioria, a partir da massa de cacau ou da remoldagem de chocolates já prontos. Nesses casos, muitas vezes não conseguimos ter total transparência em relação a procedência e qualidade das amêndoas do cacau que estão sendo usados.
Outro fator importante, é que além de mais sabor e mais saúde, existem outras questões importantes. O bean to bar respeita toda a cadeia produtiva. Aqui no TMC, nós fazemos questão de fazer acompanhar as etapas do processamento (colheita, fermentação e secagem), sempre certificando-se de que naquela fazenda não há trabalho irregular ou de exploração (infelizmente comum no universo do chocolate) e por fim, mas não menos importante, valorizam e se importam com todo o lado sustentável de onde estão inseridos, prezando e cuidando do solo e da biodivesdidade.
No TMC misturamos 4 tipos de cogumelos com as mais seletas amêndoas do brasil nas nossas barras veganas 70% ou ao leite 47%, abaixo resumimos um pouco dos benefícios de cada um desses cogumelos para refrescar a sua memória!
1. Juba de Leão é fantástico para o foco, a memória e a digestão.
2. Cordyceps é uma excelente fonte de resistência e vigor, sendo um ótimo aliado para o seu pré-treino ou quando precisa daquele impulso extra.
3. Chaga é o boost perfeito de energia para o seu dia a dia fora que faz maravilhas para a sua pele e saúde capilar.
4. Reishi é o cogumelo que te acalma e desestressa, ajudando a promover um ciclo de sono mais saudável!
Referências
- Panche, AN., Diwan, AD. and Chandra, SR. (2016). ‘Flavonoids an Overview’. J Nutr Sci. 5, e47. doi: 10.1017/jns.2016.41.
- Yoneda, M., Sugimoto, N., Katakura, M., Matsuzaki, K., Tanigami, H., Yachie, A., Ohno-Shosaku, T. and Shido, O,. (2017).’Theobromine Up-Regulates Cerebral Brain-Derived Neurotrophic Factor and Facilitates Motor Learning in Mice’. J Nutr Biochem. 39, pp.110-116. doi: 10.1016/j.jnutbio.2016.10.002.
- UCL News. (2019). People Who Eat Dark Chocolate Less Likely to be Depressed. Available at: https://www.ucl.ac.uk/news/2019/aug/people-who-eat-dark-chocolate-less-likely-be-depressed#:~:text=2%20August%202019,are%20associated%20with%20mood%20disorders(Accessed: 28 March 2023)
- Lee, YJ., Kim, HR., Lee, CY., Hyun, SA., Ko, MY., Lee, BS., Hwang, DY. and Ka, M. (2020). ‘2-Phenylethylamine (PEA) Ameliorates Corticosterone-Induced Depression-Like Phenotype via the BDNF/TrkB/CREB Signaling Pathway’. Int J Mol Sci. 21(23) pp.9103. doi: 10.3390/ijms21239103.
- (2005). Tryptophan. Available at: https://medlineplus.gov/ency/article/002332.htm#:~:text=Function&text=The%20body%20uses%20tryptophan%20to,energy%20metabolism%20and%20DNA%20production. (Accessed: 28 March 2023).